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Piracicaba tem menor volume de chuva em janeiro desde 2014: 'pode estar relacionado às mudanças climáticas', diz pesquisadora

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Piracicaba (SP) registrou o menor volume de chuva em janeiro dos últimos dez anos, segundo dados da Sala de Situação das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ)

A cidade de Piracicaba, localizada no estado de São Paulo, enfrentou um cenário preocupante em janeiro deste ano. De acordo com dados da Sala de Situação das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), o município registrou o menor volume de chuva dos últimos dez anos, atingindo apenas cerca de metade da média histórica esperada para o mês.

A média histórica de chuva em janeiro é de 236,10 milímetros, porém, neste ano, foram registrados apenas 117,75 milímetros de precipitação. Essa diferença é considerável e traz preocupações relacionadas ao abastecimento de água e aos impactos no meio ambiente.

A influência das mudanças climáticas

O cenário observado em janeiro deste ano contrasta com o registrado no mesmo período do ano passado, quando a cidade recebeu 375,75 milímetros de chuva. Essas variações podem estar relacionadas às mudanças climáticas, segundo a pesquisadora Angelica Prela Pantano, do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Estudos recentes indicam que as mudanças climáticas podem estar afetando os padrões de precipitação em diferentes regiões. No caso de Piracicaba, as variações no volume de chuva não necessariamente estão relacionadas aos fenômenos El Niño ou La Niña. Em 2023, por exemplo, um ano de La Niña, choveu acima da média para janeiro na cidade, o que contradiz a relação direta entre esses eventos climáticos e a quantidade de chuva.

Angelica explica que o estado de São Paulo está em uma área de transição, o que significa que pode ou não ser influenciado pelos fenômenos El Niño e La Niña. Portanto, as mudanças climáticas podem ser um fator mais relevante para entender a variação no volume de chuva em Piracicaba.

Perspectivas para o mês de fevereiro

Apesar das preocupações em relação à baixa quantidade de chuva em janeiro, há previsões favoráveis para o mês de fevereiro. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de tempestade para os próximos dias na região de Piracicaba, indicando a possibilidade de precipitações intensas.

As previsões apontam para a ocorrência de pancadas de chuva, trovoadas e possíveis quedas de granizo na primeira quinzena de fevereiro. Essa perspectiva traz esperança de que o déficit de chuva observado em janeiro possa ser amenizado e, consequentemente, os impactos decorrentes da escassez de água também.

A relação entre El Niño, safra recorde e enchentes

É importante destacar que os padrões de chuva em Piracicaba podem variar a cada ano. Em 2023, por exemplo, a cidade registrou o maior volume de chuva desde 2012. De acordo com o professor e pesquisador Fábio Marin, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), essa quantidade acima da média pode ter sido influenciada pelo fenômeno El Niño.

Em anos de El Niño, é comum que a região sul do Brasil apresente chuvas acima da média, o que acaba afetando positivamente São Paulo, que se alinha com essa região. No entanto, é importante ressaltar que o fenômeno El Niño não é o único responsável pelas variações no volume de chuva em Piracicaba.

Conclusão

A escassez de chuva em janeiro de 2024 em Piracicaba é uma preocupação válida, especialmente considerando os impactos no abastecimento de água e no meio ambiente. A relação entre as variações climáticas, como os fenômenos El Niño e La Niña, e as mudanças no volume de chuva ainda não é completamente compreendida.

O cenário varia de ano para ano, e é essencial monitorar e estudar esses padrões para compreender melhor as causas e as consequências. Felizmente, a previsão para fevereiro é de chuvas intensas na região, o que pode amenizar os problemas decorrentes da baixa precipitação observada em janeiro. Acompanhar de perto esses eventos e buscar soluções sustentáveis para o manejo da água é fundamental para a cidade de Piracicaba e região.

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