ADSENSE GOOGLE TOPO

Veja também

Ruas fechadas, blindados e tiroteios: as faces do medo no Equador

imagem

Os desafios enfrentados pelos moradores das quebradas de Guayaquil

A cidade de Guayaquil, no Equador, é marcada por uma realidade assustadora e perigosa nas suas comunidades mais vulneráveis. Os moradores das áreas conhecidas como "quebradas" têm que seguir um horário estrito para estar em casa. Isso ocorre porque traficantes controlam os portões de entrada das ruelas e impõem um toque de recolher obrigatório. O descumprimento dessa determinação pode levar à violência e até mesmo à morte. Neste artigo, vamos explorar os desafios enfrentados por esses moradores e como eles se adaptaram a essa realidade.

A imposição do toque de recolher

A imposição do toque de recolher nas quebradas de Guayaquil é uma consequência direta da presença de traficantes nas comunidades. Os portões que limitam o acesso às ruelas foram instalados pelos próprios moradores entre 2010 e 2020, devido a um aumento significativo de roubos na região. Embora a prefeitura tenha ordenado a remoção desses bloqueios, eles continuam a ser utilizados pelos traficantes para controlar o território, trancando os portões após cometer crimes ou eliminar inimigos.

A disputa pelo controle territorial

Os traficantes não estão apenas preocupados em controlar o ir e vir dos moradores, mas também em dominar áreas estratégicas. Alguns bairros servem como armazéns para as drogas, enquanto outros estão localizados próximos ao porto, que é utilizado para o transporte de cocaína em navios. Essas regiões são alvos constantes de disputa entre as quadrilhas, que recorrem a métodos extremamente violentos para afirmar sua supremacia.

O medo e a violência nas ruas

A presença constante de traficantes armados e a disputa territorial resultaram em um clima de medo generalizado nas comunidades das quebradas. Mesmo durante o dia, as ruas estão praticamente desertas. Carros e pessoas evitam passar pelos bairros perigosos. A violência atinge a todos, incluindo crianças. Em 2022, quatro crianças foram assassinadas em um acerto de contas em Guasmo, sendo a mais nova um bebê de sete meses.

A adaptação dos moradores

Frente a essa realidade desafiadora, os moradores se adaptaram como puderam. Muitos deles alteraram seus horários de trabalho para se adequar ao toque de recolher imposto pelos traficantes. Além disso, criaram regras rigorosas para seus filhos, proibindo-os de ficarem na rua durante a noite. Essas medidas são vistas como formas de aumentar suas chances de sobrevivência em um ambiente tão hostil.

A busca por segurança pelos moradores ricos

Não são apenas os moradores das quebradas que estão enfrentando os desafios impostos pelo crime organizado. A população mais abastada também tem sentido a necessidade de se proteger. Dessa forma, muitos deles têm adotado medidas extremas, como a compra de veículos blindados. No entanto, essa solução é limitada, já que nem todos têm acesso a esses recursos.

A xenofobia e a violação dos direitos humanos

O aumento da criminalidade em Guayaquil tem despertado sentimentos de xenofobia na população. Venezuelanos e colombianos têm sido alvos de acusações infundadas e discriminação. Além disso, grupos de cidadãos têm compartilhado vídeos e imagens de abusos cometidos por militares contra suspeitos de crimes. Essa violação dos direitos humanos tem gerado debates acalorados e inflamado ainda mais os ânimos na cidade.

A atuação das forças de segurança

Enquanto a população busca formas de sobreviver nesse ambiente caótico, as forças de segurança têm papel fundamental no combate ao crime organizado. Policiais e militares se arriscam diariamente para proteger os cidadãos e prender os criminosos. No entanto, eles também enfrentam grandes desafios, desde a falta de recursos e equipamentos adequados até a corrupção no sistema.

Conclusão

A realidade vivida pelos moradores das quebradas de Guayaquil é desafiadora e perigosa. O toque de recolher imposto pelos traficantes limita sua liberdade de ir e vir e os coloca em constante risco. A violência e o medo permeiam o cotidiano dessas comunidades. No entanto, os moradores têm se adaptado e buscado formas de sobreviver em meio ao caos. É fundamental que as autoridades intensifiquem seus esforços no combate ao crime organizado e garantam a segurança e proteção de todos os cidadãos de Guayaquil.

ADSENSE GOOGLE