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Por que cada língua é única e como isso influencia seu paladar

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Línguas: mais do que aparenta

Mais longas, mais curtas, rachadas ou não, nossas línguas não são, à primeira vista, tão diferentes entre si. No entanto, uma análise 3D desse órgão complexo e sofisticado revelou que se trata de uma estrutura com características tão individuais como as das nossas impressões digitais. As diferenças não se resumem apenas no número de papilas gustativas - aquelas protuberâncias carnudas que cobrem a sua superfície - mas também na forma dessas estruturas. A análise de uma única papila também permitiu prever o sexo e a idade de uma pessoa com precisão moderada, de até 67% a 75%. Embora ainda esteja em andamento, observa Andreeva, "nosso estudo fornece evidências preliminares de que (as línguas) são muito únicas". A pesquisa, realizada em colaboração com cientistas da Universidade de Leeds, na Inglaterra, foi publicada no periódico científico [nome do periódico].

Textura e paladar

Segundo o estudo, essas diferenças únicas entre cada língua também podem ser fundamentais para compreender por que gostamos de alguns alimentos e rejeitamos outros. Pessoas que possuem, por exemplo, maior número de papilas fungiformes - aquelas que lembram o formato de um cogumelo e se distribuem principalmente nas bordas e na ponta da língua - podem não gostar de chocolate amargo ou limão, porque percebem esses alimentos com muito mais intensidade.

Mas o que também afeta o nosso paladar são as papilas que cumprem uma função mecânica e que permitem à língua sentir a textura e a fricção do que comemos, diz Andreeva. Sendo assim, acrescenta, entender por que preferimos alguns alimentos a outros pode nos ajudar a escolher alimentos mais saudáveis, por exemplo, mas com texturas que achamos mais agradáveis.

Relação com doenças

E qual ligação existe entre a individualidade de cada língua e as doenças? É possível fazer um diagnóstico estudando a forma e a distribuição das papilas?

"Isso é algo que investigaremos na próxima etapa", explica Andreeva. "Mas sabemos, por exemplo, que existe uma doença autoimune chamada síndrome de Sjögren, na qual o formato de um tipo de papila (as filiformes) é mais achatado". Estudos anteriores, acrescenta, mostraram que o formato dessas estruturas está ligado à síndrome. Mas, para estabelecer a ligação entre uma condição médica e as características da língua, são necessárias mais pesquisas, lembra Andreeva.

Palavras-chave: línguas, papilas gustativas, textura, individualidade, paladar, doenças, síndrome de Sjögren.

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