A Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis (Cooperlix) enfrenta dificuldades financeiras e estruturais em Presidente Prudente (SP)
A Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis (Cooperlix), que realiza a coleta seletiva em Presidente Prudente (SP), está sofrendo com o atraso no pagamento de aproximadamente R$ 119 mil, que deveria ter sido repassado pela Prefeitura Municipal até o quinto dia útil de novembro. Essa falta de verba têm afetado diretamente os cooperados, que estão sem água há cerca de cinco dias devido a um problema na bomba da caixa d'água.
Segundo os cooperados, funcionários da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Sosp) foram acionados para resolver o problema, mas até o momento ele não foi solucionado. A Cooperlix foi informada pelos servidores que o problema "não era da responsabilidade deles", segundo o vice-presidente Júlio César Roque. Em entrevista à TV Fronteira, Roque ainda ressaltou que essa é uma das fases mais difíceis que a cooperativa já enfrentou. Além disso, o acordo com a Prefeitura para a cessão de cinco caminhões para a coleta seletiva também não está sendo cumprido.
Diante dessa situação, os cooperados estão considerando suspender os trabalhos até que a situação se normalize.
A posição da Prefeitura de Presidente Prudente
Em nota, a Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Finanças, afirmou que está empenhada em quitar o mais rapidamente possível todas as pendências relativas ao mês de outubro com seus fornecedores e parceiros, seguindo a ordem cronológica de pagamento das notas. Já a Secretaria de Meio Ambiente informou que já está ciente das demandas estruturais e irá providenciar os reparos necessários em conjunto com a Secretaria de Obras.
Atrasos anteriores e prejuízos para os cooperados
Em outubro, após quase 60 dias de atraso, a Prefeitura de Presidente Prudente repassou R$ 238 mil à Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis (Cooperlix). Os cooperados estavam com a verba dos meses de setembro e outubro em atraso. Esse repasse é resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado pelo município em 2015, que prevê o repasse mensal de R$ 119 mil para a Cooperlix.
Com essa quantia, a Cooperlix realiza a manutenção de máquinas, faz a manutenção de caminhões e abastece os veículos. Além disso, o valor é utilizado para pagar os salários dos mais de 80 trabalhadores. Durante o período de atraso nos pagamentos, os cooperados tiveram seus salários afetados, além do abastecimento e manutenção dos caminhões da cooperativa. Alguns trabalhadores relataram dificuldades financeiras e até mesmo passaram fome.
Pressão por parte dos vereadores e do Ministério Público
No início de outubro, os vereadores Demerson Dias (PSB) e José Alves da Silva Júnior (PODE) estiveram na sede da Cooperlix para verificar as condições dos trabalhadores. Um ofício foi feito à Mesa Diretora para destinar um valor da economia da Casa de Leis à cooperativa.
No dia 29 de setembro, o promotor de Justiça Gabriel Lino de Paula Pires, secretário regional do Núcleo do Pontal do Paranapanema do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), exigiu providências urgentes da Prefeitura para regularizar os pagamentos à Cooperlix. O promotor realizou uma audiência virtual com representantes do serviço e do Poder Executivo para discutir o assunto.
Como resultado da reunião, o promotor de Justiça determinou a expedição de um ofício ao Poder Executivo recomendando a observação da pontualidade nos pagamentos à Cooperlix e a avaliação da possibilidade de decretar prioridade nos pagamentos à cooperativa, de acordo com a Lei de Licitações. Além disso, foi solicitado o apoio do Movimento Nacional de Catadores de Material Reciclável para aperfeiçoar a gestão da Cooperlix.
Fonte: TV Fronteira
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