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O Projeto de Usina de Dessalinização em Fortaleza: Divisão entre o Governo e Empresas do Setor de Internet

A proposta de construção de uma usina de dessalinização para abastecer a população de Fortaleza está gerando uma grande polêmica entre o governo do Ceará e empresas do setor de internet. Até o momento, o projeto não saiu do papel, mas já causa divisões e preocupação, principalmente em relação aos cabos submarinos que passam pela região.

A Praia do Futuro e sua Importância Estratégica

A Praia do Futuro, em Fortaleza, é conhecida pelo turismo e agora se tornou o centro dessa contenda. O governo do estado planeja construir uma usina de dessalinização no local para aproveitar a água do mar como fonte de consumo humano. No entanto, também existe um hub na região, ponto de conexão de cabos submarinos que ligam o país a outras regiões do mundo, como África, Europa e América do Norte e Central.

Essa localização estratégica é fundamental, já que Fortaleza está situada em um ponto central entre essas regiões, que concentram a maior parte dos dados de internet no mundo. De acordo com o Ministério das Comunicações, 90% do tráfego de internet do Brasil passa por essa região. As empresas do setor argumentam que a instalação da usina pode romper os cabos submarinos no mar e, principalmente, na terra, resultando em um possível apagão de internet no país.

Os Riscos Apontados pelas Empresas do Setor de Internet

As empresas do setor de internet estão preocupadas com os riscos que a construção da usina de dessalinização pode trazer aos cabos submarinos. Elas afirmam que, mesmo com o deslocamento do ponto de captação da água do mar para uma área a mais de 500 metros dos cabos submarinos, o terreno destinado à usina ainda está a cerca de 50 metros dos cabos instalados em terra. Essas empresas argumentam que não é possível garantir que a instalação da usina não afetará os cabos e, consequentemente, a comunicação no Brasil.

A Proposta do Governo do Ceará e as Respostas das Empresas

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará é responsável pela contratação do projeto e afirma que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança dos cabos submarinos. No entanto, as empresas do setor de internet continuam céticas e acreditam que a instalação da usina pode representar um risco real para a comunicação no país.

A usina de dessalinização será construída e operada por uma parceria público-privada, que envolve três empresas, duas do Ceará e uma da Espanha. O projeto terá um custo de 3 bilhões e 100 milhões de reais e um contrato de 30 anos. A capacidade de tratamento de água da usina poderá suprir as necessidades de mais de 700 mil moradores de Fortaleza.

Enquanto o governo do Ceará aguarda a licença da Superintendência Estadual de Meio Ambiente para dar início à obra, a discussão continua intensa. O governo argumenta que uma mudança da Praia do Futuro para outra região mais distante encareceria o projeto e, consequentemente, a tarifa da água para a população. Por outro lado, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) recomenda a transferência da usina para garantir a preservação dos cabos submarinos e evitar impactos na comunicação.

"Nós recomendamos a construção da usina, porém num lugar diverso, porém com aqueles cuidados. Se os cuidados forem tomados, não importa para a Anatel o lugar não. O que importa para a Anatel é que os cabos submarinos sejam totalmente preservados para não afetar a comunicação no Brasil", diz Vicente Aquino, conselheiro da Anatel.

O Impasse e as Considerações Finais

O projeto de uma usina de dessalinização em Fortaleza está evidenciando um impasse entre o governo do Ceará e empresas do setor de internet. Enquanto o governo luta para seguir adiante com o projeto, as empresas estão preocupadas com os possíveis riscos de danos aos cabos submarinos, o que poderia resultar em um apagão de internet no Brasil. Ambas as partes oferecem argumentos válidos, mas é necessário encontrar um equilíbrio entre o abastecimento de água e a preservação da comunicação.

Construir a usina em outro local pode aumentar os custos e, consequentemente, a tarifa da água para a população. Por outro lado, ignorar os riscos apontados pelas empresas do setor de internet também não seria uma solução adequada. É fundamental que o governo e as empresas encontrem um meio-termo, garantindo a segurança dos cabos submarinos e o abastecimento de água para a população de Fortaleza.

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