Corredor azul: a possível solução para reduzir acidentes de moto no Distrito Federal
No Distrito Federal, cerca de 30 motociclistas perderam a vida entre janeiro e junho de 2023, de acordo com o Detran. Esse número é alarmante e representa uma média de 5 mortes de motociclistas por mês. A fim de reduzir essas estatísticas e garantir a segurança dos motociclistas, o Distrito Federal está estudando a adoção da faixa exclusiva de motos, conhecida como corredor azul. Essa medida já existe em outras cidades, como São Paulo, e provou ser eficaz na diminuição de acidentes envolvendo motocicletas.
A Câmara Legislativa (CLDF) iniciou as discussões sobre a implementação da faixa exclusiva para motos no início de 2022. O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER) está conduzindo um estudo para avaliar a viabilidade e os impactos dessa medida na região. No entanto, ainda não há um prazo definido para a implementação do projeto.
No atual Código de Trânsito Brasileiro, não há uma proibição explícita do uso do corredor entre os carros. Segundo Luiz Carlos Galvão, presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais, o corredor azul pode ser uma solução eficiente para a redução de acidentes envolvendo motociclistas.
Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de motos circulando no Distrito Federal, de acordo com o Detran. Em 2023, cerca de 260 mil motos estão registradas na região, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Essa crescente quantidade de motociclistas também resultou em um aumento nos acidentes de moto. O Hospital de Base, referência no atendimento de trauma, atendeu 700 vítimas de acidentes envolvendo motos nos últimos doze meses, sendo que aproximadamente 100 pacientes necessitaram de UTI ou cirurgias.
Acidentes envolvendo motos são um problema recorrente no Distrito Federal. Recentemente, um acidente entre um carro e uma moto na Epia Sul deixou um motociclista de 46 anos gravemente ferido. O motociclista fraturou a perna, o fêmur e o braço, sendo encaminhado às pressas para o Hospital de Base. Logo após o acidente, as câmeras do DER registraram o fluxo de motos no corredor, evitando o congestionamento.
Outro motociclista, Gilmar Souza, também sofreu um acidente enquanto trafegava pelo corredor do Distrito Federal. O assistente técnico estava no Eixo Monumental, próximo ao Centro de Convenções Ulisses Guimarães, quando se envolveu em um acidente de moto. Gilmar precisou receber pontos no joelho e sua perna está inchada. Ainda não há previsão para o retorno às suas atividades profissionais.
A triste realidade dos acidentes de moto afeta não apenas a saúde e a vida dos motociclistas, mas também suas carreiras profissionais. É o caso de Abel dos Santos, que precisou abandonar a profissão de motoboy após um acidente no centro de Taguatinga. Abel já passou por quatro cirurgias na mão e seu futuro profissional agora é incerto.
Diante dessa preocupante situação, a adoção do corredor azul no Distrito Federal pode ser uma resposta eficaz para reduzir os acidentes de moto. Além disso, é fundamental que haja conscientização por parte dos motoristas de veículos para compartilharem as vias com segurança. O respeito mútuo e a adoção de medidas de segurança são essenciais para a convivência harmoniosa no trânsito e para a preservação da vida de todos os envolvidos.
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